Conservar o quê?
Conservar é o ato de deixar algum alimento sufocado em água com vinagre a fim de que o estado natural dele seja prolongado por algum tempo. Um prolongamento forçado se dá um recipiente devidamente controlado. Algo fora da naturalidade. O cristão conservador é aquele que tenta prolongar com água e vinagre verdades frágeis, forçando-as a uma naturalidade.
Os avanços da teologia católica não são marcas do
conservadorismo. Os documentos do Vaticano II; Puebla; Medellin; Aparecida;
Comunidade de Comunidades, são todos, em si, uma valorização das mudanças, do
olhar para a transformação, ou como diria, o último deles, uma conversão
pastoral. Um conservador, conserva as atitudes em água e vinagre, portanto, não
se converte. Afirma que sua ideologia é a voz do povo. Mas a voz do povo não é
a voz de Deus.
Se assim fosse, diríamos que o povo do deserto cultuando o
bezerro de ouro poderia ser a voz de. Os assassinos de Salém, também. O avanço
neoliberal gritando “consuma”; “compre”; poderia ser. Prefiro pensar que
a voz do alijado gritando por justiça e pelos direitos seja uma voz mais nobre
que se aproxima do sagrado. Assim como foi a voz de Amós. Mas este é visto pelo
cristão conservador como um marginal ao plano de Deus. Marginal porque está
fora do vinagre, está fora da bolha.
O processo moral do conservador está focado dentro um
contexto que considera apenas aquilo que é próprio da sua realidade
circundante. Diria ainda que o cristão conservador é aquele que cultua o diabo.
Diabolus, em latim, significa, o que desune.
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