Um dos textos que li, reli e indiquei ao longo do Mestrado em Educação, foi o livro Redes ou paredes: a escola em tempos de dispersão, da pensadora argentina Paula Sibília. A autora parte do pressuposto haver uma crise sobre a escola e ela é por conta da ausência de apropriação da escola com tecnologias digitais. Esta ausência cria um muro intransponível entre ela e os seus sujeitos. Um mal-estar que ainda se sustenta numa lógica de confinamento. As diferenças são deixadas de fora para uma formação em larga escala, adequando tudo e todos e, ao mesmo tempo que também é ameaçada por uma lógica fascista do controle sobre os discursos, que já são tão controlados. Há explicações históricas que permitem a reflexão deste estar.
Faço este parágrafo reflexivo para chamar atenção a foto que fiz. No instante momento que os alunos estavam enclausurados, ao lado de fora, do prédio-clausura, no tempo que lhe são próprios, um quero-quero filhote descobria a arte da caça sob o olhar preocupado de sua mãe. Lições que a natureza nos dão sobre responsabilidade e amadurecimento, enquanto nós, esclarecidos, continuamos a pensar numa lógica racional que desconsidera o que há de mais simples da vida.
Texto escrito e publicado em 2018.
Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto
https://orcid.org/0000-0001-8631-5270
https://orcid.org/0000-0001-8631-5270
Obra citada:
SIBILIA, Paula. Redes ou paredes: a escola em tempos de dispersão. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.
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