Imagem gerada por AI a partir de Levi (1988) |
Dito isto, proponho pensar, que tipo de perguntas são
apresentadas em eventos acadêmicos?
Penso que podemos responder à questão a partir de três
possibilidades. A primeira delas são as perguntas honestas. Aquelas que tem o
intuito de contribuir com a reflexão, de propor limitações das falas. Este tipo
de questão, anda raro. Ela é proporcionalmente inversa a certificação do agente
perguntador. Ela desvela a verdadeira ironia numa construção do saber.
O segundo tipo de perguntas são aquelas semelhantes a um
lobo vestido de ovelha. A imagem aqui é válida. É um tipo de pergunta que se
parece com a honesta, mas esconde um certo sarcasmo. Ela tem intenção de pôr o
perguntado em uma situação constrangedora, ou direcioná-lo para um abismo, ou
ainda, de tentar enquadrá-lo num aspecto secundário para desmoralizar sua fala.
Geralmente são recortes secundários que em nada contribuem para o foco
principal. Requer uma certa inteligência do agente perguntador, porém, mal
aproveitada.
O último tipo de pergunta é aquela que mais acontece. O
tipo de pergunta que nada acrescenta. Pouco importa o tema apresentado, o
perguntador quer vomitar sua sabedoria. Ele usa do seu referencial teórico para
cutucar o perguntado. Fala, fala e fala muitas coisas, por norma,
informações que pouco contribuem para o debate. Aliás, o debate não é o foco,
mas é um monólogo diante da informação que foi apresentada. Parece-me que a
arrogância seja o adjetivo deste perguntador. Ele não considera o viés teórico,
os recortes da pesquisa, muito menos o entrelaçamento das diversas linhas que
se cruzam. Dispensável, mas presente.
Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto
https://orcid.org/0000-0001-8631-5270
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