Quando um governo ataca documentos oficiais percebemos sua
postura ditatorial. A construção de ditaduras não são apenas conexões
conceituais. Quando aquele que governa um país, usa de microfones para
questionar a validade de documentos históricos, vivemos uma forma de
repreensão. Questionar a validade de documentos aceitos por autoridades da
histórica, é a imposição de um eixo norteador perigoso. A democracia falece com
a imposição de uma falsa lógica de verdade.
A prática dos ataques não se reduzem a documentos. Se
estrutura entre os muros da escola. A escola é um grande problema no
cenário. Ela é cobrada pelo muitos. Mas como cobrar da escola se ela é alvo de
ataques, de questionamentos infundados. A passagem pela escola não torna os
escolares especialistas em educação. Ainda há de se considerar que a escola é
por natureza uma imposição disciplinar e não uma fonte de autonomia. Se a
escola for, de fato, uma imposição da disciplina, práticas democráticas seguem
outra lógica.
E assim chegamos no cenário Brasil.
Os discursos de ódio e selvageria daquele que nos governa,
e de seus seguidores, mostram que a democracia não é um valor. Ao encontrarem
questionadores, partem para o ataque pessoal. Não há discussão de ideias, mas
de pessoas. O acesso à informação não é garantia de qualidade do acesso.
Desprovidos de qualidade, divulgam o que julgam a verdade, o caminho e a vida.
O uso ditatorial não é racional, mas ele inspira atitudes emotivas. Uma massa
descontente, inautônoma, escolhe um sujeitinho porque ele desperta uma emoção
maior que uma razão.
Talvez o argumento esteja forçado, mas ele é um dos poucos
que me permitem ver e compreender como usamos da democracia para propor um
espaço de ausência de direitos.
Texto escrito em 2019
Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto
https://orcid.org/0000-0001-8631-5270
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