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QUE TIPO DE DITADURA A DEMOCRACIA IMPÔE?

 O título é paradoxal. A democracia não deveria ser ponte para uma ditadura. Mas, algumas escolhas equivocadas têm-se mostrado, ao longo da história, que houve mudanças retrógrada e horrendas. A democracia, por si, não nos levará para formação de ditaduras, mas posturas escolhidas num regime democrática. Posturas que pregam um excesso de governo sobre liberdades individuais, a mão pesada que ignora a comunhão entre poderes, são exemplos ditatoriais implantadas, por vias, aceitáveis legalmente, mas odiosas racionalmente.

Quando um governo ataca documentos oficiais percebemos sua postura ditatorial. A construção de ditaduras não são apenas conexões conceituais. Quando aquele que governa um país, usa de microfones para questionar a validade de documentos históricos, vivemos uma forma de repreensão. Questionar a validade de documentos aceitos por autoridades da histórica, é a imposição de um eixo norteador perigoso. A democracia falece com a imposição de uma falsa lógica de verdade.

A prática dos ataques não se reduzem a documentos. Se estrutura entre os muros da escola. A escola é um grande problema no cenário. Ela é cobrada pelo muitos. Mas como cobrar da escola se ela é alvo de ataques, de questionamentos infundados. A passagem pela escola não torna os escolares especialistas em educação. Ainda há de se considerar que a escola é por natureza uma imposição disciplinar e não uma fonte de autonomia. Se a escola for, de fato, uma imposição da disciplina, práticas democráticas seguem outra lógica.

E assim chegamos no cenário Brasil.

Os discursos de ódio e selvageria daquele que nos governa, e de seus seguidores, mostram que a democracia não é um valor. Ao encontrarem questionadores, partem para o ataque pessoal. Não há discussão de ideias, mas de pessoas. O acesso à informação não é garantia de qualidade do acesso. Desprovidos de qualidade, divulgam o que julgam a verdade, o caminho e a vida. O uso ditatorial não é racional, mas ele inspira atitudes emotivas. Uma massa descontente, inautônoma, escolhe um sujeitinho porque ele desperta uma emoção maior que uma razão.

Talvez o argumento esteja forçado, mas ele é um dos poucos que me permitem ver e compreender como usamos da democracia para propor um espaço de ausência de direitos.

Texto escrito em 2019


Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto
https://orcid.org/0000-0001-8631-5270



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