Hoje terminei o livro Pilatos e Jesus, de Giorgio Agamben. O filósofo italiano busca no encontro de ambos questionar a ideia julgamento. Os judeus entregam Cristo às mãos do estado é o mote. Agamben sugere o encontro de dois mundos, o divido e o terreno, que desfilam sua própria imanência na tragédia. Durante o texto, por diversas vences pensei comigo mesmo, “malditos liberais”. Tal qual os judeus, os liberais negam o Estado. Os judeus recorreram à Roma para jogar Cristo à cruz, os liberais, correm ao estado para superar a crise sanitária e a econômica. Uma relação hipócrita e repleta de interesses pessoais. Diante deste contexto todo, vemos o silêncio vergonhoso das igrejas tradicionais, que se acomoda diante dos liberais, em troca de moedas para manter seu conforto. Ela consegue gritar “crucifica-o”, em vez de ser um grito de justiça. Tantos os liberais como os judeus, só fazem voz grossa, quando Pilatos quer “lavar” suas mãos, mas não por um interesse legítimo, senão pessoal… em tempos de crises, ou “falsos” julgamentos é difícil ouvir a voz da profecia, e a multidão é levada a gritar ainda hoje, “Barrabás!”.
Texto escrito em 2020
Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto
https://orcid.org/0000-0001-8631-527
Obra citada
AGAMBEN, Giorgio. Pilatos e Jesus. Florianópolis: Editora da UFSC, 2014. Disponível em: Acesso em: 22 jan. 2017.
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