Na era da modernidade líquida, a educação vive sob a sombra de um cenário que a torna cada vez mais frágil e descartável. Consumimos cursos. Zygmunt Bauman alerta que, em um mundo que valoriza a rapidez e a utilidade imediata, a escola e a universidade perdem espaço para a lógica do resultado rápido. Não se pode mais ler longos textos, vídeos devem ser curtos, e a profundidade dá lugar a estupidez de superfície. Quando mergulharemos? Neste espaço predominam métricas de produtividade e retorno financeiro, o ato de ensinar e aprender se torna um processo frio, desprovido de cuidado e com pouco espaço para o imprevisto criativo. A escola deixa de ser lugar de aprender e tornou-se negócio, negando o que há de mais nobre do saber, o ócio. É aí que nasce a perigosa noção de empreendedor de si, tão celebrada pela educação contemporânea. O indivíduo passa a ser visto como um projeto empreendedor, responsável por maximizar seu próprio valor de mercado em detrimento do saber, algu...