A Inteligência Artificial Generativa não é somente uma ferramenta tecnológica, mas um fenômeno cultural que redefine como pensamos o dia a dia diante do contexto de transformação. Percebo que os professores oscilam entre a adaptação e a resistência, mas não podem ignorar sua presença. Reconheço que a IA oferece agilidade e acesso rápido à informação, algo que antes dependia de longas consultas a inúmeras páginas na rede. Noto que essa “nova velocidade de conexão” não elimina a necessidade de uma reflexão crítica, mas exige que ela seja mais urgente. Com este contexto, seria oportuno que a filosofia da educação se reposicione, afinal, com a IA Gen, há a formação de novos paradigmas epistemológicos no que tange à massa de novos usuários.
É notável que a IA Gen amplia a criatividade docente, permitindo que ideias se transformem em práticas pedagógicas com maior fluidez a depender do prompt. Vejo que os professores solicitam sugestões de atividades, materiais visuais e até estratégias de ensino em poucos segundos. Entretanto, percebo que isso não substitui a sensibilidade humana, mas potencializa a capacidade de reinventar. A IA Gen pode ser vista como uma parceira consultiva, que abre caminhos antes invisíveis. Entre as inúmeras vantagens do uso da IA Gen destaca-se a outra relação com o tempo.
Ações como a preparação materiais, o planejamento de aulas e a elaboração projetos se torna menos burocrático e mais dinâmico. Compreendo que essa economia de tempo pode ser revertida em maior dedicação ao contato humano com os estudantes. Então, a IA Gen não deve ser vista como um atalho preguiçoso, mas como uma reorganização das prioridades docentes. Há vida além da escola. E com esta provocação me pego a pensar: o que faremos com o tempo sobressalente? Ele será usado para o ócio ou para nos tornar máquinas melhor produtivas?
Diante destas provocações percebo que o planejamento ganha uma nova dimensão quando apoiado pela IA. Noto que ela sugere estratégias, organiza ideias e até ajuda na elaboração de provas. No entanto, isso não elimina a responsabilidade do professor, mas amplia sua capacidade de escolha. A prática docente se torna mais proativa e menos reativa diante das demandas cotidianas. Mas, surge então, outra questão: qual a posição do professor pesquisador? Ele se torna somente um usuário que alimenta a máquina generativa ou surfa na onda em busca do fomento para novas pesquisas?
Concluo que a Inteligência Artificial Generativa não é um inimigo da educação, mas possibilidades que revelam nossas fragilidades e potencialidades, e uma comunidade aprendente. Acredito que precisamos criar repositórios colaborativos, bancos de prompts e estudos comparativos para que seu uso seja ético e consciente. Insisto que a filosofia da educação deve acompanhar esse movimento, questionando privacidade, autoria e dependência acrítica.
Mas lembre-se, a IA Gen pode ser muita coisa, mas lhe faltam-lhe dois atributos, ela não é artificial e sequer é inteligente...
E eu pergunto: estaremos preparados para aceitar que a inteligência artificial possa ser considerada uma forma legítima de pensamento?
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