Todos são loucos na interpretação, mas conscientes em
matar a democracia. Usam a Bíblia e justificam sua insana leitura como obra
divina. Entre os crimes que comentem, usam abertamente o discurso de ódio
contra as minorias. Um falso moralismo de interesse econômico, é erado fazer
sexo, mas fecham os olhos para os puteros; criminalizam o carnaval por ver um
par de seios amostram, mas se pudessem privatizariam o banco de leite. Por que
estes temem tanto o sexo? Se apropriam de uma leitura de Saulo de Tarso, por meio de um recorte, e não consideram as comunidades de Saulo, pensam que hoje nós a
somos. Quase infartam quando Papa Francisco conclama por uma nova teologia das
mulheres e prega uma ecologia integral.
A morte parece ser o único caminho que conhecem. Malucos
fundamentalistas sempre existiram, o problema é que agora matam nossas
estruturas democráticas e o uso sem-vergonha da religiosidade forma uma leva de
alienados. Esta quantidade significativa, repete discursos, bordões, gravam
frases de efeito e pouco refletem, se é que refletem. Estaria exagerando se em
cada bravata do presidente houvesse uma forte resistência, mas o que vejo é uma
pacificidade diante do discurso que criminaliza pobre, dobram o joelho todo
domingo, mas buscam legitimar a violência e defendem a morte da natureza.
Se não bastasse Brasília, La Paz, Bogotá, Caracas e
Washington, agora também estão nos bancos das igrejas.
Texto escrito em 2020
Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto
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