Há uma expressão sem sentido que vejo com certa frequência, “ sou cristão conservador ”. Conservar o quê? Conservar é o ato de deixar algum alimento sufocado em água com vinagre a fim de que o estado natural dele seja prolongado por algum tempo. Um prolongamento forçado se dá um recipiente devidamente controlado. Algo fora da naturalidade. O cristão conservador é aquele que tenta prolongar com água e vinagre verdades frágeis, forçando-as a uma naturalidade. Os avanços da teologia católica não são marcas do conservadorismo. Os documentos do Vaticano II; Puebla; Medellin; Aparecida; Comunidade de Comunidades, são todos, em si, uma valorização das mudanças, do olhar para a transformação, ou como diria, o último deles, uma conversão pastoral. Um conservador, conserva as atitudes em água e vinagre, portanto, não se converte. Afirma que sua ideologia é a voz do povo. Mas a voz do povo não é a voz de Deus. Se assim fosse, diríamos que o povo do deserto cultuando o bezerro...